por Felipe Sanches
Desse teto, de horas de luz, abrigo
da sombra, mal vejo por onde ando;
que meus passos diluam a angústia
das pedras mal digeridas.
Quero voar em céus mais limpos,
toda América Latina é meu mundo
e de memórias rudes desejo fazer
de todas como doces manhãs de sábado.
É árduo o caminho e é preciso lutar
contra toda força que bagunça
o labirinto, pois é, sim,
infinita toda tempestade.
Banho-me nas tortuosas águas
desse aluvião fluente; faço
chão do material juntado
por esta força crescente;
essa sábia energia, do centro
da Terra, do mar, da atmosfera;
essa geração pulsante; criação
de muita gente: aluvião.